Ainda sinto o cheiro da terra molhada
E o ar quente daquelas noites de Verão
Ainda sinto a terra a ferver nos pés descalços
E as mãos àsperas do pó do chão
Ainda sinto a brisa forte dos pinhais
E a frescura da água do ribeiro
Ainda sinto o cansaço das brincadeiras
E o consolo das sestas deitada no chão
Ainda sinto o comboio a passar
E o sino da igreja a tocar
Ainda sinto as pedras da azinhaga
E o pular nas travessas da linha
Ainda sinto a pele queimada do sol
E o corpo transpirado de suor
Ainda sinto a água a correr do poço
E o milho a fugir das mãos
Ainda sinto as pessoas a passar
E os galos a cantar
Ainda sinto o sabor da sopa
E cheiro da broa cozida
Ainda sinto o orvalho das manhãs
E a frescura das noites de Setembro
Ainda sinto o cheiro da vela queimada
E o convívio dos serões
Ainda sinto a ansiedade dos dias de festa
E o tocar de uma canção
Ainda sinto a alma daquela casa
E o aconchego da lareira
Ainda sinto a emoção das chegadas
E a tristeza das partidas
Ainda sinto o que senti
Ainda guardo estas memórias
Agora tenho saudades
2 comentários:
Que saudades esse tempo nos deixou.
Bjs
Muitas mesmo...
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