Podiam dar valor ao que possuem e tentar viver um dia de cada vez. Mas não, tentam antecipar o futuro e viver tudo hoje. Têm sede do que está para vir, mesmo que seja pior do que aquilo que hoje é certo. Correm à frente do destino. Queimam etapas da vida com a concretização de planos e de sonhos. Tudo acontece para cumprir um desejo do momento, um desejo que não tem pernas para percorrer o futuro. E prescindem da felicidade do momento actual, não o vivem porque não o querem apreciar e esperar. Ter paciência é uma das maiores virtudes. Mas não, não querem esperar, não querem saborear, não querem apreciar.
Os amores vivem-nos de uma só vez! De tal modo que quase terminam antes de começar. O único "amor" que é mantido é exactamente aquele que não é sentido, mas sim necessário. Um mal necessário, diria. Aturam e suportam um presente que não querem viver. Mas deixam que isso aconteça, deixam-se comprar para que se possa cumprir o guião que foi escrito no passado...
O filme que passa na tela da vida tem as personagens erradas, procuram desesperadamente quem possa desempenhar melhor o papel principal e anseiam por um final feliz. Um final feliz nunca acontece com quem não tem coragem. E se não existe coragem para alterar o final do argumento, porque razão se tem coragem para encher o desenrolar da acção com actores secundários? Estranho...falsas cobardias.
Buscam o futuro em todos os lados, procuram ouvir o que querem ouvir, fecham os olhos ao que não querem ver. O futuro é feito por nós, mas deverá ser feito com boas decisões no presente e olhando para o passado. Até que chegue ao fim...
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